Os habitantes de Ribeirão Vermelho no final do Século XIX, predominantemente católicos, achando-se privados da audição de missas e outros atos da Santa Igreja Católica, por falta de uma capela, resolveram edificar um templo a Nossa Senhora da Guia, escolhida como padroeira de Ribeirão Vermelho em razão de predominar na comunidade que se formava os portugueses, que invocaram Nossa Senhora da Guia para guiar os destino do povoado, como guiava os navegantes lusitanos ao enfrentarem mares bravios. Depois de concluída e ornamentada, foi entregue ao culto católico. Para tanto, em abril de 1896, foi constituída uma comissão de obras que, por intermédio do Vigário de Perdões de Lavras, conseguiu junto ao Bispado de Mariana, através de ofícios, a autorização para a construção da capela, em terrenos doados pela Companhia Agrícola e Industrial Oeste de Minas, que teve a bênção solene em 25 de dezembro de 1896.
A Capela de Nossa Senhora da Guia da Estação do Ribeirão Vermelho foi elevada à Paróquia em 1911, e com o passar dos anos, resolveram os ribeirenses aumentá-la, por duas vezes, em razão de a mesma não comportar o número de fiéis que se multiplicavam. A primeira transformação ocorreu a partir de 1924, quando tiveram início as obras de reconstrução, com comissão designada para as obras, que determinaram o aumento da igreja na frente da existente em 12 metros externos de largura e 15 metros de comprimento, ficando a obra concluída em 1930, ressaltando-se a imagem de Nossa Senhora Imaculada Conceição ao redor de anjos, pintada no teto do altar-mor pelo artista plástico Álvaro Fernandes Macieira e, em seguida, a instalação de novos bancos para a Matriz, um confessionário, mesa de comunhão, alfaias, banqueta de castiçais e um grande sino fundido por Galileu Gadoni nas oficinas da Oeste de Minas em Ribeirão Vermelho.
Já no ano de 1946, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Guia de Ribeirão Vermelho constitui uma nova comissão, desta feita para a restauração da igreja, que carecia de grandes e urgentes consertos, começando pela torre onde o madeiramento, coberto de zinco, havia sido substituído por uma construção de tijolo e cimento, além da renovação do telhado e interior do templo, sendo as obras concluídas em 1950.
Sobretudo, em 1956, o vigário da Paróquia de Ribeirão Vermelho, Pe. José Inácio dos Santos, vendo a necessidade de aumentar novamente a Igreja Matriz, pela segunda vez, cria uma nova comissão para estudar tal possibilidade, o que foi aprovado, passando a elaboração dos planos e projetos acerca dos trabalhos a serem desenvolvidos em etapas. Contando sempre com o apoio da população ribeirense, as obras iniciaram em 1957 e ficaram concluídas em 1963, quando, então, foram inaugurados três salões anexos à Matriz, retomando a segunda etapa em 1969, com outra comissão. Porém, com a transferência do vigário da paróquia, uma nova comissão foi nomeada pelo bispo diocesano, encarregada do acabamento da Matriz, agora sob os cuidados do vigário, Pe. Albino Degering. Entretanto, foram longos anos de trabalho até o término da reconstrução da Matriz, cujas obras continuavam sempre que possível e dentro das possibilidades financeiras da paróquia. Todavia, em 1982, a Matriz de Nossa Senhora da Guia de Ribeirão Vermelho já estava totalmente reconstruída, com quadros doados por diversas pessoas da cidade, e a Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo Crucificado, esculpida por José de Carvalho, ex-membro da Congregação Mariana, aguardou a sua sagração até o ano de 1985.
Fonte: Márcio Salviano Vilela - Sobre Trilhos - 1998

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Alessandro de Castro Alonso