Originalmente concebido para ser o primeiro armazém de mercadorias do Complexo Ferroviário, esta edificação tornou-se mais conhecida pela sua função posterior como restaurante da Estrada de Ferro Oeste de Minas, o qual funcionou desde o começo da década de 1910 até os anos 1960, quando encerrou suas atividades e suas instalações deram lugar às operações da Turma de Pontes de Ribeirão Vermelho. Administrado em sistema de concessão a terceirizados, era destinado aos passageiros que pernoitavam ou que faziam baldeação na localidade, provindos dos trens que passavam pelo entroncamento no vale do Rio Grande. As evidências documentais daquele período descrevem a ampla variedade de pratos ali servida, com destaque para a caça e o pescado obtidos na região, a ampla variedade de doces e compotas, e ainda os pratos à base de massas e geleias, todos produzidos artesanalmente na localidade ou em povoações adjacentes. Com a transferência das operações da Turma de Pontes para a antiga Cooperativa de Subsistência da RMV, em 1985, as instalações do antigo restaurante foram desativadas e abandonadas, sofrendo duramente com a ação do tempo nas quatro décadas seguintes. No entanto, ainda hoje, podem ser vistos em meio às suas ruínas vestígios notórios das atividades exercidas ali, como fogões a lenha, pia, lavabo e bancadas de alvenaria – marcas centenárias de um passado que ainda resistem no presente. 

Fonte: Márcio Salviano Vilela - Sobre Trilhos - 1998 / Ementários da História de Ribeirão Vermelho - 2003

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Alessandro de Castro Alonso