As obras de construção da Rotunda de Ribeirão Vermelho, anexa as oficinas, foram concluídas em 1895 pela Cia. Estrada de Ferro Oeste de Minas, também sob a supervisão do português Antônio Rodrigues de Oliveira Castro, entrando em atividades somente em março de 1896. Destinada a depósito, manutenções, montagens e reparações de bitola métrica, a Rotunda assim como as oficinas, teve suas estruturas montadas pela Brasilian Contracts Corporation, sendo todo material importado de Glasgow na Escócia, bem como a utilização de telhas francesas, originalmente, importadas de Marseille na França, além dos equipamentos, máquinas e projetos procedentes da Inglaterra. Em relatório apresentado pelo diretor da Estrada de Ferro Oeste de Minas engenheiro José de Almeida Campos Júnior ao Sr. Ministro da Viação e Obras Públicas, citado por MORAIS 1981, a Rotunda de Ribeirão Vermelho é aparece como tendo sofrido uma limpeza e aparece no quadro “ Relações de Usinas e Oficinas na bitola de 1,00m ” com os seguintes dados: Quilômetro – 293,985; Comprimento – diâmetro 75,00 m; Largura – 6,45 m; Sistema de Construção – alvenaria de pedra, tijolos, telhas francesas; Valor – 90.000$000 ( noventa contos de réis ). A partir da década de 60 quando entraram em operação as locomotivas a diesel em substituição a vapor num processo gradativo, a Rotunda passou a ser utilizada exclusivamente para depósito de locomotivas a vapor, abrigando em seu interior várias destas locomotivas até o ano de 1981, quando, então, a RFFSA com a criação do Centro de Preservação da História Ferroviária de Minas Gerais em São João del Rei, resolveu recuperá-las para constituir o seu acervo. A Rotunda é uma oficina radial, possuindo forma circular tendo ao centro um dispositivo chamado girador de onde irradiam linhas como se fossem raios em círculos. Os espaços internos são divididos em boxes individuais com linhas, para onde são conduzidas as locomotivas, através do girador. As paredes externas não são na realidade em forma circular, mas de forma poligonal, formando um prisma de 30 faces ou lados, com grandes janelas distribuídas duas a duas em cada plano e nove portões que dão acesso ao edifício, possuindo pé-direito em torno de 6 m, diâmetro de 75 m e 30 colunas de ferro fundido ricamente trabalhadas, possuindo aberturas para passagem de tubulação de águas pluviais, apoiadas em cantaria de pedras. Um único portão é encimado por um frontão característico que cria um eixo de simetria na fachada. O telhado, em duas águas, acompanha o formato poligonal do edifício, formando planos em forma de trapézio.

Fonte: Márcio Salviano Vilela - Sobre Trilhos - 1998 / Ementários da História de Ribeirão Vermelho - 2003

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Alessandro de Castro Alonso