Foi construído em 1897 pela Companhia Agrícola e Industrial Oeste de Minas da qual foi fundador Antônio Francisco da Rocha e Presidente, Francisco de Paula Moreira Mourão. Essa empresa tinha seus serviços de importação e exportação de mercadorias e produtos da atividade agrícola regional anexos à Navegação do Rio Grande e à Estrada de Ferro Oeste de Minas, possuindo dois pavimentos com repartições administrativas e armazéns.
    Com o desequilibrio financeiro da Estrada de Ferro Oeste de Minas ocorrido em 1903, a Companhia Agrícola e Industrial Oeste de Minas também entrou em crise com as conseqüências da queda do câmbio, encerrando suas atividades em seguida, sendo o suntuoso prédio vendido a particulares, entre os quais figuram os nomes dos negociantes João Ribeiro Ferreira, natural de Valença, Estado do Rio, Gandor Mansur, sírio-libanés que adquiriu o imóvel em 1916 e, por último, a Firma Loureiro, Murad e Cia., importante empresa atacadista da qual eram sócios Gelson Loureiro, Salvador Murad e Romeu Ramalho que durante décadas, passaram a ocupá-lo como residência, hotel, estabelecimentos comerciais, etc.
    Aos 9 de setembro de 1952, quatro anos após a emancipação política administrativa de Ribeirão Vermelho, a Prefeitura Municipal, representada pelo Sr. Prefeito em exercício, compra da Firma Loureiro, Murad e Cia. Ltda esse prédio situado na Avenida Antônio Rocha com a Rua Joaquim Braga para serem instalados em definitivo os serviços da administração municipal.
    Organizados os poderes Executivo e Legislativo municipais no pavimento superior, o edifício ainda abrigou por longos anos várias repartições públicas no térreo, destacando- se entre elas: Coletoria Estadual, Caixa Econômica do Estado de Minas, Correio, Delegacia de Policia, Unidade de Saúde, Cartório e Biblioteca Municipal, entre outras.
    Em junho de 1953, foram feitos alguns reparos em sua construção. Porém, na segunda metade da década de 70, suas condições já eram precárias. Entretanto, na Administração Municipal de 1983-1988, o prédio foi totalmente restaurado sob a responsabilidade técnica da engenheira civil Vera Lúcia de Abreu, sendo inaugurado solenemente em 26 de novembro de 1984.
    Esse magnifico edifício construido pela Companhia Agricola e Industrial Oeste de Minas ergueu-se orientado para o conjunto ferroviário de Ribeirão Vermelho, oferecendo em conjunto, um inédito aspecto de arte e bom gosto. Sua obra reflete o vertiginoso progresso do município e ainda se torna um espelho da arquitetura ribeirense nos primeiros decêncios do século XX.

Fonte: Márcio Salviano Vilela - Sobre Trilhos - 1998 / Ementários da História de Ribeirão Vermelho - 2003

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Alessandro de Castro Alonso